Certificado de Lash Designer

     Olá, meu nome é Marysol Almeida, estou no mercado da beleza há mais de 8 anos e fiquei muito conhecida por estar entre as primeiras a desbravar esse mercado da extensão de cílios. Uma das minhas grandes paixões é ensinar, e por isso que estou aqui.
Hoje vamos entender sobre o nosso certificado  de  Lash Designer, quais as regras para emissão, qual a diferença dele de um nacional para internacional, e todos os detalhes. Então, boa leitura!

Primeiro vamos começar entendendo que os nossos cursos são denominados: Cursos Livres!

Cursos livres” são legais com base no Decreto Presidencial N° 5.154. Os cursos livres NÃO são regulamentados pelo MEC. É permitido emitir certificados, mas eles NÃO possuem validade oficial perante ao MEC.

MAS AFINAL DE CONTAS, O QUE SÃO CURSOS LIVRES?

      Um curso livre é uma modalidade de educação não-formal, de duração variada, seja ele presencial ou online (EAD), que é focado em um ensino complementar para qualificação profissional ou pessoal em uma determinada área, sem exigências de escolaridade anterior.

       De acordo com a Lei nº. 9394/96, o Decreto nº. 5.154/04 e a Deliberação CEE 14/97 (Indicação CEE 14/97), os cursos livres são uma modalidade de ensino legal e válida em todo o território nacional, embora não sejam regulamentados pelo MEC. Ainda de acordo com a lei, os cursos chamados “Livres” não necessitam de prévia autorização para funcionamento nem de posterior reconhecimento do Conselho de Educação competente.

IMPORTANTE!

     Como não existe legislação específica que regulamente estes cursos, os cursos livres não são passíveis de regulação por parte do Ministério da Educação. Não havendo exigência de escolaridade anterior. A categoria Curso Livre atende  a população com objetivo de oferecer profissionalização rápida para diversas áreas de atuação no mercado de trabalho, ex: Informática, Atendimento, Secretariado, Webdesign, Segurança, Idiomas, Culinária, Corte & Costura, Estética, Beleza, etc. Livre significa que não existe a obrigatoriedade de: carga horária podendo variar entre algumas horas ou vários meses de duração, disciplinas, tempo de duração e diploma anterior.

É POSSÍVEL MINISTRAR CURSOS LIVRES COMO PESSOA FÍSICA?

 

     Sim, de acordo com a lei é perfeitamente possível. A partir do momento que você é especialista em um determinado assunto e quer transmitir essa educação para outras pessoas, você pode ministrar seus cursos e emitir certificado para eles.

       Porém, você pode tornar seu certificado reconhecido (o Governo reconhece que você realmente trabalha ministrando cursos). Isso ocorre quando você faz seu CNPJ e coloca o CNAE, que nada mais é do que a Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Essa classificação é muito importante, pois define alguns aspectos importantes a respeito do seu negócio. Através do código CNAE, o governo sabe, por exemplo, qual é a atividade desenvolvida pela sua empresa. Todas as empresas possuem estes códigos em seu CNPJ para identificar os serviços que prestam, as mercadorias que vendem ou os produtos que fabricam, inclusive quem é MEI. Importante ressaltar que uma empresa pode ter mais de um código de atividade, inclusive de setores da economia diferentes, por exemplo, pode ser atendimento e ministrar cursos. Apesar de poder escolher várias atividades, uma delas deve ser a principal, ou seja, a mais representativa, as demais serão secundárias.

Por exemplo: Você pode usar o CNAE 8599-6/99 que é considerado um professor particular, e temos também – que é o que uso – CNAE 8599-6/04 que é treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial. No MEI ele fica como Instrutor de Cursos Gerenciais Independentes.

AGORA VAMOS AOS INTERNACIONAIS!

    Para o Brasil: continua sendo certificado de Curso Livre, o que significa que nesse caso não há nenhum nível de hierarquia que o torne melhor ou mais especial que o meu ou o seu, ficou claro?

Mas Sol, quero um certificado Internacional porquê vou trabalhar nos Estados Unidos.

– Bom, te aconselho  a estudar a legislação do País antes. Mas vou te dar um spoiler:

     Para trabalhar como profissional de beleza nas áreas de Cosmetologia, Manicure ou Estética nos Estados Unidos, o profissional deve ter a licença profissional emitida pelo State Board de Cosmetologia do estado em que estiver trabalhando, ou seja: não é porquê você fez um curso aqui de uma empresa de lá que você já vai poder atender. E é preciso saber que em cada país você vai encontrar uma lei, e para trabalhar legalmente você tem que ter: Visto de Trabalho.

     Não estou te desanimando, mas quero que você saiba que existe um processo, não é somente chegar com um papel e sair atendendo, como fazem aqui no Brasil.

     Mas Sol, eu quero porquê acho chique. Ok! Faça! Não tem problema nenhum, absolutamente nenhum, você ter um sonho e realizá-lo, o único problema é você usar desculpas para isso e não prestar atenção no caminho que você mesmo está levando o mercado!

     Olha só, quando você sai do país, faz fotos, ancora seu certificado em uma viagem e experiência incrível, a sua cliente vai perceber esse valor de internacional, quando isso não acontece ela não percebe, fazer um curso aqui no Brasil e fazer um vlog ele sendo internacional ou não, vai dar a mesma percepção,  e se você for bem inteligente vai gerar muito valor sobre seu curso!

     Entenda que é diferente, por exemplo, de participar de um congresso no Brasil, com palestrantes internacionais, e você com aqueles fones para traduzir e etc, do que um certificado que uma brasileira emite com selo de fora?

     E tem um outro e não menos importante ponto:  nunca vi cliente chegar em studio e perguntar: “Sua certificação é internacional?” Na verdade, nunca nem vi clientes perguntando sobre certificados!

     O que você precisa entender é que cada vez que você decide que vai fazer um curso somente por ele ter uma certificação internacional e não se preocupando com a qualidade, você está empurrando o mercado para um caminho com bem pouca possibilidade de volta.

     Olha a lógica: A profissional é boa, mas não para de receber: “Ah, pensei que seu certificado fosse internacional” ela começa a se sentir pressionada e gasta uma grana para poder emitir um certificado internacional, mas acreditem: a técnica continua sendo dela, a paciência para ensinar continua sendo dela, tudo vem por ela.

     Mas com isso ela começa a abrir espaço para empresas – que nem sabemos a integridade -, entrarem no país e começarem a dominar o nosso mercado.

     Até aqui você só foi parte causadora do problema, mas não sentiu ele na pele. Contudo, daqui uns anos, quando você quiser ministrar cursos, a cultura que você ajudou a implementar agora estará tão forte que você vai se tornar vítima, você só vai conseguir alunas se pagar uma empresa para colocar o nome dela, e você poder chamar seu certificado para as brasileiras também de Internacional.

    Mas o mais louco ainda está por vir: por vivermos em um grande efeito manada, a grande maioria nunca nem parou para pensar o que significa internacional, que nada mais é que: “que se promove entre nações; exterior.” Ou seja: meu amor, o seu certificado para uma russa, uma americana ou para qualquer pessoa que não seja do Brasil também é internacional!

    Então, minha dica é: parem com essa loucura de internacional. Busquem qualidade! A sua primeira e nem a segunda pergunta deve ser sobre ser internacional ou não (que só servirá para massagear o seu ego), mas sim sobre qualidade, cronograma e etc.

     E enquanto isso, para nós Educadoras, minha dica é: Fortaleça sua marca, trabalhe seu branding tão forte que essa pergunta: “É internacional?” se torne tão escassa que você esqueça do dia que os próprios brasileiros começaram essa conversa para venderem mais caro algo que nem significado legal tem!